“O Reggae caiu em minhas mãos como uma benção. Antigamente eu tocava um som popular, como uma MPB, Sertanejo... então senti que a minha musica não cabia naquele ritmo... um som de protesto, ligado à dura realidade dos guetos do Brasil... então o Reggae veio!!! Ai, não parei mais, sentia que o ritmo era esse, que as letras entravam com clareza na cadencia do Roots Reggae..."
Essas são palavras de um homem de coragem, que enfrenta o abuso de autoridade com o Reggae. Negro, mais de 40 anos, 25 só de música. O musico militante João Terra, foi abordado e humilhado por policias perante a mídia televisiva, que sempre o negou espaço. Além de sua carreira no cenário Reggae, lecionava música para jovens carentes da região Freguesia do Ó e Brasilândia e após esse fato, perdeu o apoio da Prefeitura que arcava com as despesas desse projeto. (veja a coluna Reggae se Aprende na Escola).
A vida continua, mas e a moral de quem sofre uma falsa acusação? Como fica o emocional de alguém que sofre humilhações ditas da boca de um policial despreparado e racista? O abuso de poder é uma prática inadmissível, viola os mais elementares direitos humanos e ao próprio regime democrático. Não se pode admitir que os agentes ou representantes do Estado, que devem obedecer e garantir o exercício dos direitos fundamentais da pessoa humana, violem os preceitos legais e cometam abusos e violências contra um cidadão, que luta pela periferia de São Paulo e que tira jovens das ruas para ensinar música.
O abuso de autoridade é inadmissível não só nesse, mas em qualquer outro caso. É comum acreditar que o problema da segurança se resume: ao aumento dos efetivos policiais mal instruídos nas ruas e de medidas repressivas, que não raro acabam por desrespeitar os direitos dos segmentos mais marginalizados da sociedade: pobres e negros. Será que vamos nos deixar calar?
Já diria Alexandre Carlo: (vocalista Natiruts)
Ninguém está livre de ser humilhado basta pra isso num beco encontrar Um o mais cavaleiros azuis, sempre com suas espadas na mão Pegando sua dignidade e jogando-a toda no chão... (trecho tirado da música: Cavaleiros Azuis)
O problema da segurança pública não é resolvido com o aumento do policiamento nas ruas, tem que ser discutido e devemos lutar por uma polícia preventiva, instruída e comunitária, que respeite os direitos humanos e principalmente que façam decentemente os seu trabalho. Podemos começar denunciando os abusos de autoridade, isso é essencial para que se faça cessar práticas que violam o direito humano. Manter-se calado só colabora para perpetuar esses atentados e aumente a violência contra o cidadão.
Fonte: Barbara Surforeggae
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